Bólido ilumina a noite no Triângulo Mineiro

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Bólidos e FireballsDestaques

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Um grande bólido cortou o céu de Minas na noite desta sexta (14) e foi registrado em pelo menos 4 estados. Os relatos, vindos principalmente da região do Triângulo Mineiro, informam que a bola de fogo cruzou o céu vindo do oeste e iluminou a noite por alguns segundos. Além de diversas câmeras de vigilância, a passagem do meteoro pela atmosfera foi registrada por câmeras da BRAMON e do Clima ao Vivo de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal. Confira nas imagens abaixo:

Segundo a BRAMON, a Rede Brasileira de Observação de Meteoros, o fenômeno ocorrido às 20:53 (horário de Brasília) desta sexta, 14 de janeiro, trata-se de um bólido, ou seja, um meteoro muito luminoso. Os meteoros são fenômenos luminosos que ocorrem quando um pedaço de rocha espacial atravessa a atmosfera da Terra. Como esses objetos viajam a altíssimas velocidades, quanto atingem nossa atmosfera, acabam comprimindo e aquecendo os gases à sua frente, e esse aquecimento cria uma bolha de plasma que brilha intensamente em torno da rocha. Parece como uma bola de fogo atravessando o céu. 

Após a análise dos vídeos, a BRAMON concluiu que a rocha espacial atingiu a atmosfera da Terra em um ângulo de 38,6°, em relação ao solo, e começou a brilhar a 86,6 km de altitude sobre a zona rural de Uberlândia. Seguiu a 43,7 mil km/h, percorrendo 109,3 km em 9,0 segundos, e desapareceu a 18,3 km de altitude, entre os municípios de Perdizes e Araxá, MG. Alguns relatos vindos dessa região do Triângulo Mineiro, são de pessoas que informaram ter ouvido barulho de explosão e sentido paredes e janelas tremendo. Isso é um forte indício que a rocha pode ter gerado meteoritos, que são os fragmentos de rocha espacial que resiste à passagem atmosférica e atingem o solo.

Trajetória do meteoro pela atmosfera - Créditos: BRAMON

Figura 1. Trajetória do meteoro pela atmosfera – Créditos: BRAMON

O barulho e os tremores são efeitos da onda de choque gerada quando o meteoro atinge as camadas mais baixas e densas da atmosfera, quando a resistência do ar é tão intensa que acaba fragmentando completamente a rocha. 

A BRAMON ainda trabalha nos cálculos para determinação do tamanho do objeto e da área de dispersão dos possíveis meteoritos. A rede pede que aqueles que tem registros ou que observaram a passagem do meteoro, que mandem seus relatos através do formulário bramon.imo.net

Dados orbitais:

Longitude Solar: 294.622406

Ascensão Reta: 60.470478

Declinação: -0.869181º

Vg: 9.669282 Km/s

a: 3.297053 AU

q: 0.974122 AU

e: 0.704548

i: 3.324326º

Peri: 12.398511º

Node: 114.620659º

Tj: 2.70

M: 1.5345069395201176

Figura 2. Visão de topo do Sistema Solar mostrando a órbita do meteoroide que gerou o meteoro de Minas.

 

Figura 3. Evolução do MOID do meteoroide nos últimos 2000 anos.

Na Figura 3 temos o gráfico de evolução do MOID (Minimum Orbit Intersection Distance) que é a mínima distância de interseção orbital. É possível perceber que por volta de mil anos atrás, a mínima distância entre o meteoroide e a Terra era muito alta, coisa de mais de 100.000.000 km. Mas sucessivas aproximações com Júpiter foram mudando os elementos orbitais e aproximando cada vez mais o meteoroide de Terra. Até que nos últimos 500 anos, o mesmo teve períodos alternados de aproximação e leve distanciamento. Isso aconteceu por conta de desvios orbitais combinados de Júpiter e Marte.

 

Assim que houverem atualizações nesses dados, informaremos por aqui.

 

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