O estudo científico sobre meteoros, por aqueles que estão iniciando, é uma excelente oportunidade para aprender a utilizar um Método e procedimentos científicos.
Saber que inúmeras variáveis impactam no sucesso dos resultados é um ponto fundamental. O conhecimento sobre estas variáveis requer o entendimento que existe uma correlação entre elas. Muitas vezes apenas uma variável pode impactar no sucesso.
Considera-se fundamentais no estudo de meteoros algumas variáveis como: a câmera, lente, placa de captura, softwares e, em especial, a qualidade da análise dos registros e fatores de qualidade para determinação de órbitas. Existem outras variáveis que podem também afetar a qualidade dos registros, por exemplo: a PL – Poluição Luminosa, Relação Sinal/Ruído da imagem, resolução (SD, HD ou Full HD) e setup de uma câmera, abertura da lente como F 0.95, F 1.0, F 1.2 etc.. Todos estes fatores são importantes porque podem determinar a obtenção ou não de uma órbita de alta qualidade (Q3¹). Estas órbitas consideradas de alta qualidade é que serão utilizadas em pesquisas científicas e, por consequência, proporcionarão confiabilidade quando os resultados forem descritos em um Artigo Científico.
Órbita Q3 obtida entre estações do RS e de SC
Em uma publicação científica quanto mais confiáveis os dados e informações, mais difícil esta poderá estar sujeita a contestações. Uma análise de um determinado registro de meteoro requer dedicação e verificação de parâmetros. Somente com uma análise bem feita é que será possível obter-se dados mais precisos para realizar a determinação de uma órbita de qualidade. Para isto, torna-se fundamental que as duas ou mais estações que realizaram o pareamento de um meteoro tenham os mesmos cuidados e sigam estes procedimentos científicos.
Caso uma das estações esteja fora destes padrões o resultado pode não ser satisfatório no momento de se obter uma órbita média de qualidade. Muitas vezes dois registros efetuados por pareamento poderiam resultar em uma órbita de qualidade Q3, mas devido a uma destas não ter gerado dados adequados se obtém no máximo uma órbita de qualidade Q1, ou até nenhuma órbita. Assim, existe a necessidade de melhoria continua na qualidade de todas estas variáveis, para que cada vez mais seja possível a obtenção de órbitas de qualidade Q3.
Meteoro registrado em uma das estações de Carlos Fernando Jung.
¹ A depender do nível de atendimento de vários parâmetros de qualidade, quando da obtenção de órbitas de meteoros por triangulações, tais órbitas podem ser classificadas de Q0 a Q3. Sendo a órbita Q0 de extrema baixa qualidade e a órbita Q3 a que oferece perfil (inequívoco) para integrar artigos científicos.
*Prof. Dr. Carlos Fernando Jung. Coordenador do Curso de Engenharia de Produção das Faculdades Integradas de Taquara; Proprietário do HELLER & JUNG Space and Sky Observatory e Diretor Científico da BRAMON.