O periélio de um meteoroide, em uma órbita com foco no Sol, é o ponto onde o meteoroide estará mais próximo do Sol. Simples? Isto se opõe ao afélio, que é o ponto onde o meteoroide estará mais distante do Sol.
Johannes Kepler criou estes termos para facilitar a descrição de sua teoria para o movimento orbital dos planetas. As palavras periélio e afélio, vem da junção dos termos gregos: (peri + Helios) e (apo + Helios), significando, respectivamente: perto do Sol e distante do Sol.
Na imagem a posição 3 representa um dos focos da elipse. Caso a posição 3 fosse ocupada pelo Sol,
a posição 1 seria chama afélio. A posição 2 seria chamada periélio.
Assim, Periélio e Afélio são termos somente aplicáveis para órbitas com foco no Sol. Já para órbitas onde o atrator principal seja a Terra, teremos os termos: perigeu e apogeu. Para órbitas em outras estrelas poderemos usar os termos: periastro e apoastro. E para órbitas em que um dos focos exista um centro de massa, os termos serão: periapsis e apoapsis.
Significado Astronômico
De acordo com a primeira Lei dos movimentos planetários, escrita por Kepler, todos os planetas, cometas, asteroides e demais corpos orbitando o Sol, possuem órbitas aproximadamente elípticas. O termo “aproximadamente” é muito apropriado porque, por conta de muitas interações gravitacionais com outros corpos presentes nas proximidades, ocorrerão perturbações e pequenos desvios de trajetórias. A linha reta que separa os extremos de máximo e mínimo de uma órbita é chamada de ‘linha dos apsis”.
O exemplo prático da Terra
A Terra, por volta de cada dia 3 de janeiro encontra-se a 147,1 milhões de quilômetros do Sol. Já em 4 de julho está a aproximadamente 152.1 milhões de quilômetros do Sol. Uma diferença de 5 milhões de quilômetros ao logo de um ano.
As datas exatas do periélio e afélio da Terra mudam ano após ano. São diversos fatores que interferem. Desde a posição da Lua em sua órbita que muda a posição da Terra em relação ao centro de massa do sistema Terra-Lua até mesmo o deslizar da posição do periélio por efeito de mudança no elemento orbital “argumento do periélio”. Temos assim, uma combinação de fatores, muitos deles combinados para a geração dos chamados Ciclos de Milankovitch.
Quando no afélio, somente 93% da radiação solar, medida quando no periélio, chega a Terra. Mas esta diferença não produz as estações do ano. A inclinação do eixo de rotação da Terra é quem gera os efeitos chamados: verão, primavera, outono e inverno.
Esquema mostrando as posições do periélio e afélio para os planetas do sistema solar interno. O ponto verde marca o periélio, o ponto rosa marco o afélio.
Para os meteoros
A distância do periélio é um importante dado orbital para a classificação e entendimento dos meteoroides em órbita. Uma vez que consigamos saber quão mais próximo um corpo chega do Sol, em seu trajeto, melhor será para avaliar alguns efeitos não gravitacionais sobre o path de sua trajetória. Um bom exemplo de efeito não gravitacional e que acaba alterando a órbita de meteoroides maiores que 10cm é o Efeito Yarkovsky. Mas disso trataremos em um outro post.
As imagens são de Domínio Público. Pesquisa, texto e edição: Lauriston Trindade*
*Lauriston Trindade é graduando em Física pela Universidade Estadual do Ceará. Integrante da BRAMON desde 2015. Co-descobridor de chuvas de meteoros. Membro da International Meteor Organization (IMO).