Existem muitos tipos de TLEs e os mais comuns deles são os sprites. Estes são flashes brilhantes, em tons vermelho-alaranjados e que ocorrem sobre os sistemas de tempestades. Quando são colunas de luz vermelha podem receber a classificação de C-sprites. Os outros tipos de TLEs são: halos de sprites, blue jets, gigantic jets, blue starters e ELVESs (Emissão de luz em muito baixa frequência). TLEs são fenômenos secundários, ocorrendo na atmosfera superior, logo acima de tempestades de raios.
A característica em comum a todos: são de curta duração. Tanto que o primeiro vídeo onde se registra um sprite foi obtido de forma acidental. Em 6 de julho de 1989, uma equipe se preparava para filmar a decolagem de um foguete. Enquanto aguardavam, resolveram filmar uma tempestade distante. Um TLE foi registrado durante o take da tempestade, mas somente foi percebido depois. Ocupava apenas dois frames do vídeo.
Atualmente temos mais e mais registros dos TLEs. Principalmente por conta da difusão do uso de equipamentos de gravação em vídeo.
Os sprites são descargas elétricas em larga escala, ocorrendo sobre as nuvens que produzem relâmpagos ou Cumulonimbus. Possuindo muita variedade de alcance e aspecto visual. Geralmente são ativados quando de uma descarga de relâmpago positivo entre a nuvem e o solo. Podem ter cor vermelho-alaranjada, como já citado, ou mesmo verde-azulados. Formando-se numa altitude compreendida entre 50km e 90km podem ser registrados mesmo que a nuvem de tempestade esteja a centenas de quilômetros do observador. Os TLE’s também poderiam explicar acidentes com aeronaves e que sofreram falhas ao sobrevoar tempestades.
O Brasil é um dos países com maior incidência de raios do mundo. Sempre temos núcleos convectivos com atividade elétrica nas diversas regiões do país. Consequentemente temos cenários propícios para a ocorrência de muitos TLEs.
Estimativa da distribuição dos relâmpagos no mundo em 2015
Uma vez que a BRAMON possui estações de videomonitoramento nas diversas regiões do Brasil e opera registrando meteoros, não podemos ignorar que diversos outros fenômenos atmosféricos adentram pelos sensores de nossas câmeras. A cada novo verão, diversos TLEs são registrados. Só a título de exemplo, a Estação GZT2/RS, de Gabriel Zaparolli , registrou na noite de 09 de janeiro de 2017, 18 sprites.
Abaixo temos imagens de TLEs obtidas por algumas de nossas estações:
Isto faz-nos lembrar que, para os estudiosos gregos, raios, meteoros, cometas… Eram todos fenômenos atmosféricos. Não é à toa que existe o termo Meteorologia, que possui a raiz etimológica na palavra grega μετέωρος, significando: elevado no céu.
Houve um momento em que a Meteorologia separou-se da Astronomia. Mas mesmo assim, muitos fenômenos não deixaram de estar interligados e cativar os humanos.
A BRAMON é a maior rede de monitoramento de meteoros do Brasil e uma das maiores do mundo. Junte-se a nós!
Imagem do Mapa de relâmpagos: NASA’s Lightning Imaging Sensor on the Tropical Rainfall Measuring Mission. Compilação e edição: Lauriston Trindade.