Meteoros: poeira dos cometas.

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Cometa Biela em sua aparição de 1846. Já visto como objeto duplo.

O primeiro registro de uma chuva de meteoros data de 687 a.C. e foi feito por um astrônomo Chinês identificado como Ch’un Ch’iu. Sendo uma excepcional atividade em 23 de fevereiro.

Os povos antigos, sempre se aperceberam da existência desse tipo de fenômeno no céu. Criaram portanto, uma série de lendas para justificar a existência dos mesmos. Eram espíritos em busca de reencarnar, alimentos ofertados pelas estrelas ou mesmo pedras de origem vulcânicas que, depois de expelidas em erupções, retornavam à Terra.

Em 1794, Ernst Chladni publica um livro onde expõe suas ideias de que os meteoros e consequentemente os meteoritos, eram partículas do espaço que se chocavam com a Terra. Hoje, Chladni é considerado o pai do estudo de meteoros/meteoritos. Mas à época, suas ideias foram duramente rebatidas.

Ernst Chladni – Pai do estudo moderno de meteoritos

 

Com a grande chuva de meteoros de 1799, o cientista alemão Alexander Humboldt, conseguiu estabelecer que as “estrelas cadentes” pareciam divergir de um mesmo ponto no céu.

Os estudos seguiram avançando com Edward Herrick, após este perceber uma quantidade incomum de meteoros na noite de 9 de agosto de 1837. Herrick começou a compilar relatos de chuvas de meteoros ao longo dos séculos.

Já Henrich Brandes percebeu que ao calcular a velocidade de alguns meteoros e encontrar um valor de 58km/s, tal informação levava-o a crer que tais meteoros viajavam de encontro a Terra. Isto porque a velocidade máxima de um corpo ao orbitar o Sol é de 42km/s, Assim, os 58km/s encontrados eram a soma da velocidade orbital da Terra mais a velocidade orbital do meteoróide. Henrich chegou a especular se os impactos dos meteoros não seriam capazes de desacelerar a Terra, levando-nos a “cair” no Sol.

Henrich estimou que 3.000.000 de meteoros eram produzidos por dia. E que os mesmos deveriam preencher uma gigantesca área no espaço. Atualmente, a estimativas mais acertadas de produção diária de meteoros, colocam as taxas em algo como 25.000.000.

Em 1864 o astrônomo H.A. Newton investigou os meteoros de novembro e previu o retorno dos mesmos em 1866. paralelo a isso, Schiaparelli percebeu semelhanças entre os meteoros da chuva de agosto e o cometa 1862 III.

Jonh Adam e Urbain Leverrier, de forma independente, determinaram que a órbita dos Leonídeos se assemelhava a uma órbita cometária.

O que acontece é que coma proximidade do Sol e o aquecimento, o material do cometa, sublima, liberando detritos ao longo da órbita. Tais detritos continuam o caminho do cometa. Com o passar do tempo e sucessivos periélios, toda a órbita do cometa fica preenchida de “poeira”.

Edmund Weiss demonstrou que os Andromedídeos seguiam a órbita do cometa Biela, “aniquilado” por volta de 1860. Presumivelmente aniquilado pois, no retorno previsto em 1872, em vez da aparição do cometa houve uma intensa chuva de meteoros.

Os Aquarídeos seguem a órbita do cometa Halley. Demostrando o constante desgaste do material que compõe o mais famoso cometa.

Hoje entende-se que a grande maioria das chuvas de meteoros são de origem cometárias. Até mesmo as duas chuvas mais proeminentes e que se encaixam em órbitas asteroidais, ainda podem ter sido geradas enquanto a atividade cometárias estava presente em tais asteróides parentais.

A próxima grande chuva de meteoros será em abril, proveniente do Cometa Tatcher (C/1861 G1) e tem radiante na constelação de Lira.

Bons céus a todos.

 

Fontes: www.meteorshowersonline.com / American Meteor Society / Digital Astrolabe / IMO

Edição: Lauriston Trindade

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