No último dia 5 de junho, a IAU – International Astronomical Union (União Astronômica Internacional), publicou em seu site oficial, uma atualização da lista de chuva de meteoros. A boa notícia é que mais 23 novos radiantes de chuvas de meteoros, enviados pela BRAMON, compuseram esta atualização. Assim, os radiantes descobertos da BRAMON, já somam 25. (Figura 1)
Figura 1.
Estes 23 novos radiantes foram descobertos utilizando-se um novo processo de busca. Para os dois primeiros radiantes, epsilon Gruids e August Caelids, todas as etapas de busca, testes e validação, foram realizados de forma manual. isto é, alguns cálculos eram efetuados à mão e uma ou outra parte era feita em planilhas eletrônicas. Era um método totalmente válido e seguro. Infelizmente, consumia muito tempo para os testes e exigia que a base de dados fosse fracionada a fim de facilitar o processo.
A condução das primeiras descobertas havia ficado dividida entre Carlos Di Pietro (SP), Lauriston Trindade (CE) e Marcelo Zurita (PB). E foi nítida a percepção que tiveram de que, o processo “manual” de cálculos era pouco produtivo. Neste momento começa a surgir a participação de Leonardo Amaral (SP), que a partir do início do entendimento dos aspectos físicos que compunham as órbitas dos meteoros, começa a desenvolver uma aplicação para automatizar os cálculos.
Todas as nossas buscas estão amparadas pela metodologia de dissimilaridade orbital e esta foi uma das primeiras ações de Leonardo Amaral: criar uma aplicação que pudesse agrupar os meteoros dentro de margens de similaridade. Surgia o Encontreitor.
Com a implementação de mais e mais funcionalidades, o Encontreitor passou de um simples buscador de agrupamentos (cluters) para uma suíte completa. Assim, todo o workflow da busca, identificação, testes de dissimilaridade, comparação com chuvas já existentes e busca por corpos parentais estava a distância de alguns cliques. O que antes, seria feito em meses ou anos, pôde ser realizado em minutos.
Isto possibilitou que a base de dados da BRAMON fosse rapidamente “consumida” por esta nova ferramenta computacional.
A BRAMON figura como uma importante rede de monitoramento de meteoros e, por isso mesmo, mantém sua base de dados aberta e em parceria com outras grandes redes de monitoramento pelo mundo. Artigos já publicados pela EDMONd (The European viDeo Meteor Observation Network) citam a BRAMON como parceira e com meteoros de nossa base integrando pesquisas. Assim, foi um caminho natural, rodar as novas aplicações nas bases de dados de meteoros que nos são parceiras.
Para se ter uma ideia, a nossa base para a busca inicial de novos radiantes possuía algo em torno de 4200 órbitas de meteoros. Hoje, a BRAMON consegue processar centenas de milhares de órbitas, com extrema rapidez, eficiência e qualidade. Devolvendo alta produtividade e segurança.
Mesmo com todas as implementações computacionais, nosso “Controle de Qualidade” continua atuando em todas as etapas do processo: discussão e implementação melhorias, observação dos resultados, nomeação das novas chuvas de meteoros e emissão dos reportes internacionais.
A Figura 2 mostra uma tabela com a estimativa de datas de maior atividade de cada chuva.
Figura 2
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Este pequeno vídeo nos dá uma visão geral desta nova leva de descobertas da BRAMON. O vídeo foi publicado originalmente em 8 de junho de 2017.
Texto e edição: Lauriston Trindade
[…] do meteoro e sua órbita, que está associada ao radiante phi Ophiuchids (USG), uma das chuvas de meteoros descobertas em 2017 pela BRAMON. Confira o vídeo […]