Câmeras da BRAMON (Rede Brasileira de Observação de Meteoros) registraram reentrada do Satélite Starlink-32 sobre São Paulo.
As imagens foram gravadas às 23:03 dessa sexta, 11 de setembro (12/09/2020 02:03 UT) nas estações RCP2 e RCP3 administradas pelo Renato Poltronieri em Nhandeara, São Paulo. Além disso, a reentrada também foi registrada por uma câmera do Clima ao Vivo em Monte Azul Paulista, e pelo internauta Fernando Palhares, de Jales, também de São Paulo. Confira os vídeos:
A partir das imagens registradas em Nhandeara e Monte Azul Paulista, a BRAMON calculou a trajetória dos detritos na atmosfera. As imagens, entretanto não mostram o início nem o fim da trajetória, uma vez que essas câmeras são programadas para não gravarem objetos sem movendo lentamente, como o que ocorre em reentradas. Quando iniciou a gravação, os satélite já estava completamente fragmentado, passando sobre Paranaíba, Mato Grosso do Sul. Os fragmentos seguiram lentamente na direção sudeste. A gravação foi interrompida quando eles passavam sobre o município paulista de Lins.
A trajetória calculada para a trilha de detritos é totalmente compatível com a esperada para o satélite Starlink-32, cuja reentrada estava prevista para às 22:34 com margem de erro de 1 hora, segundo a previsão de Joseph Remis, especialista em cálculos de reentradas.
Starlink-32
O Starlink-32 é um satélites da Constelação Starlink da SpaceX. Ele foi lançado em 24 de maio de 2019 a partir de Cabo Canaveral, em um foguete Falcon-9 também da Space-X. Foi o primeiro lançamento da empresa norte-americana a colocar em órbita 60 satélites de uma só vez. O objetivo da SpaceX é criar uma constelação com 12 mil satélites que fornecerão acesso a internet de alta velocidade para todo o planeta.
Depois de colocado em órbita, o Starlink-32 passou a apresentar problemas e foi manobrado para reentrar na atmosfera, o que ocorreu sobre o Brasil, na noite de sexta, 11 de setembro.
Reentrada sem riscos para a população
Com apenas 227 Kg, os satélites Starkink são muito frágeis, compostos basicamente de uma fina estrutura metálica que abriga seus instrumentos e grandes painéis solares. Dessa forma, provavelmente grande parte de sua estrutura foi completamente desintegrada durante a reentrada na atmosfera. Apenas três pequenos propulsores iônicos com cerca de 10cm, que são feitos com material um pouco mais resistente, pode não ter sido desintegrada. Ainda assim, são peças muito pequenas e não trazem qualquer risco para a população em solo.
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