BRAMON, Vesta e o Asteroid Day

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No próximo dia 17 ocorre o ponto máximo da campanha 2017 de “caçada” ao asteroide Vesta. O canal Space Today, o Observatório SONEAR e a BRAMON transmitirão, ao vivo, a oposição deste famoso membro do cinturão de asteroides. Mas por que dia 17 de janeiro? E por que Vesta é o alvo?

Vesta tem sua órbita inserida no cinturão de asteroides. Com 525km de diâmetro é o segundo maior integrante daquela região do sistema solar. Curiosamente, características peculiares de sua superfície tonam  Vesta mais brilhante que Ceres. Eventualmente, Vesta pode ser visto a olho nu.

Mas vamos ao início… Em 1802.

 Henrich Olbers descobre Pallas em 1802 e um ano depois, descobre Ceres. Ele propôs que os dois objetos deveriam ser remanescentes de um planeta que fora destruído. Em carta, Olbers sugeriu a William Herschel que procurasse nas imediações de Ceres e Pallas por mais objetos com características orbitais similares. A interseção orbital daqueles asteroides estava localizada entre as constelações de Cetus e Virgem. As buscas, iniciadas em 1802, terminaram em 1807, quando Olbers encontrou Vesta, na constelação de Virgem. Mas foi coincidência a descoberta naquela constelação porque Vesta, Ceres e Pallas não são fragmentos de um objeto maior. Como Olbers já havia descoberto o planeta Pallas (Sim! Àquela época os asteroides eram considerados planetas), ele  deixou a honra de nomear o novo “planeta” ao matemático Carl Friedrich Gauss (1777-1855). Gauss havia trabalhado intensamente para determinar a posição de Ceres e decidiu por nomear o novo “planeta” de Olbers como Vesta (a deusa virgem romana da casa, do coração e da família).

Vesta foi o quarto asteroide descoberto, recebendo a designação de “4”. Depois de 1807, houve uma lacuna de 38 anos sem novas descobertas, até que em 1845, mais e mais asteroides foram encontrados. tantos, que em 1851 já eram 15 novos objetos. Cada um deles com seu próprio símbolo, ao modo dos oito maiores planetas (Netuno foi descoberto em 1846).  O problema é que eram muitos nomes e desenhos de símbolos, alguns bem complexos. Assim, aquela padrão de notação não poderia continuar indefinidamente. Os asteroides passaram a ser designados pelo número de ordem de sua descoberta, graças à sugestão de Benjamin Gould. Assim, Vesta tornou-se o “4” ou 4 Vesta.

Asteroide Vesta. Imagem da sonda Dawn (Nasa, 2012).

Vesta orbita o Sol numa posição entre Marte e Júpiter. Integra o cinturão de asteroides e sua translação dura 3.6 anos terrestres. Tem órbita moderadamente inclinada = 7.1º e moderadamente excêntrica = 0.09. Sua rotação se completa num tempo de 5.342 horas.

O Asteroid Day

Uma campanha mundial que busca ensinar as pessoas sobre asteroides e como nós podemos proteger nosso planeta, famílias, comunidades e gerações futuras. A data de 30 de junho para o “Dia do Asteroide” foi escolhida por marcar o aniversário do Evento Tunguska, que foi o mais poderoso impacto de um asteroide registrado em nossa história recente.

Assim, no próximo dia 17 de janeiro haverá a integração de dois eventos. A divulgação da campanha Asteroid Day e a data em que Vesta estará em oposição. Isto mesmo! Daqui a seis dias, Vesta fará a maior aproximação à Terra. Estando assim, mais facilmente visível.

Brilhando com magnitude +6.1 este famoso asteroide poderá ser visto com simples binóculos.

Busque informações se algum grupo de Astronomia tem evento de observação programado em sua cidade. Se não existe evento programado, quem sabe seja o momento de começar a pensar em organizar algo para o futuro?

Maiores informações:

Procurando Vesta – Asteroid Day Brasil: https://www.facebook.com/AsteroidDAYBrasil/?fref=ts

Compilação e Edição: Lauriston Trindade

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