Nesta época do ano (entre 17 de julho e 24 de agosto), a Terra atravessa a trilha de detritos do cometa 109P/Swift-Tuttle. Daqui da Terra, podemos observar esse encontro através dos meteoros perseidas, que são formados quando essas pequenas partículas do Swift-Tuttle atravessam nossa atmosfera em alta velocidade. Essa chuva de meteoros ocorre anualmente e atinge sua máxima intensidade na madrugada do dia 12, quando pode apresentar até 120 meteoros por hora para os observadores no Hemisfério Norte do planeta.
No Brasil
Apesar de ser uma das chuvas de meteoros mais “badaladas” do ano, a Perseidas não costuma apresentar uma boa quantidade de meteoros no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Ainda assim, essa é uma chuva bastante constante e dificilmente decepciona. Pode valer a pena acordar mais cedo nesta quinta, dia 12 de agosto, para tentar observar alguns meteoros desse magnífico fenômeno.
Como o radiante desta chuva fica na Constelação do Perseu, que é uma constelação da região norte do céu, ela é melhor observada nos países do Hemisfério Norte, onde deve apresentar até 120 meteoros por hora. Aqui no Brasil, quanto mais ao norte estiver o observador, mais meteoros terá chance de ver. Outra curiosidade é que, por aqui, os meteoros parecem mais longos e lentos. E de fato são. Isso ocorre porque, como o radiante dessa chuva é em uma constelação bastante ao norte no céu, eles atingem a atmosfera sobre o Brasil de forma mais rasante, o que faz com que eles percorram uma distância maior em altitudes mais elevadas da atmosfera.
Para grande parte do Brasil, os perseidas poderão ser observados a partir da 02h da manhã, mas ainda em baixa intensidade devido à baixa elevação do radiante no céu. Mas à medida que ele for ficando mais alto, a quantidade de meteoros vai aumentando, até atingir seu momento mais intenso no final da madrugada, quando poderão ser contemplados até 56 meteoros por hora nos estados mais ao norte do país, 28 em Brasília e 16 meteoros por hora em São Paulo. Apenas os moradores do sul do Rio Grande do Sul não poderão observar a Perseidas. Confira abaixo as taxas esperadas para cada região do país:
Todas essas taxas são estimadas considerando condições ideais de observação, ou seja, uma noite sem nuvens em um local afastado das luzes das grandes cidades. Essas luzes são prejudiciais porque ofuscam as estrelas e os meteoros mais tênues, então, se você está em uma cidade, procure desligar o máximo de luzes ao redor ou torça para um blackout nessa noite!
Meteoros e Chuvas de Meteoros
Um meteoro, popularmente conhecido como ‘estrela cadente’, nada mais é do que um fenômeno luminoso que ocorre quando um pequeno fragmento de rocha espacial atravessa nossa atmosfera em altíssima velocidade. Quando isso ocorre, esse fragmento comprime e aquece muito rapidamente o gás atmosférico à sua frente, formando uma bolha de plasma (gás aquecido e ionizado) que brilha como uma lâmpada por um tempo muito curto, de uma fração de segundo a alguns poucos segundos.
Meteoros são fenômenos comuns e podem ser vistos com frequência em todas as noites. Entretanto, em certas épocas do ano, a Terra atravessa uma área do céu que possui uma quantidade maior de detritos deixados por cometas ou asteroides. Quando isso ocorre, vários desses fragmentos atingem a atmosfera ao mesmo tempo, formando as chuvas de meteoros.
Todos os meteoros de uma mesma chuva atingem a atmosfera paralelamente uns aos outros. Isso porque seguem aproximadamente a mesma órbita do cometa ou asteroide que deu origem a eles. Entretanto, devido ao efeito de perspectiva, para um observador na Terra, esses meteoros parecem se originar de um mesmo ponto no céu.
A posição de um radiante no céu é o que dá nome às chuvas de meteoros. A Perseidas recebe esse nome porque seu radiante fica na direção da Constelação do Perseu.
Como observar
A Perseidas ocorre anualmente entre 17 de julho e 24 de agosto, que é o período em que a Terra atravessa a trilha de detritos deixada pelo Cometa 109P/Swift-Tuttle em passagens anteriores pelo Sistema Solar Interior. O momento de maior intensidade dessa chuva será na noite entre 11 (quarta) e 12 (quinta) de agosto, quando passamos pela região mais densa dessa trilha. Essa noite é, sem dúvida, o melhor momento para se observar a Perseidas, especialmente, nas últimas horas da madrugada do dia 12, quando a atividade de meteoros estará mais intensa. Na noite anterior, (entre 10 e 11 de agosto), também será possível observar alguns perseidas no final da madrugada, mas em menor quantidade.
A observação de uma chuva de meteoros é uma das atividades astronômicas mais simples e pode ser feita por qualquer pessoa que tenha uma boa visão. Não é preciso ter instrumentos ópticos nem qualquer tipo de ferramenta. Basta olhar para o céu na hora certa e apreciar a passagem dos meteoros.
O ideal é procurar um local escuro, preferencialmente longe das luzes das cidades e que ofereça uma boa visão do céu. Se for possível, recomenda-se desligar todas as luzes ao redor. Isso ajudará sua vista a se adaptar à pouca luminosidade se tornando mais sensível, o que possibilita a observação dos meteoros mais tênues. Uma cadeira de praia é excelente para se deitar e observar o céu de forma mais confortável, mas se não tiver, pode utilizar um colchão ou algumas almofadas para se acomodar. Se a temperatura estiver baixa, cobertas e uma garrafa de café quente à mão podem ser boas companheiras para se manter aquecido e acordado durante a noite de observação.
Apesar do radiante da Perseidas ficar na Constelação do Perseu, você não precisa estar olhando na direção dessa Constelação para ver seus meteoros, pois eles aparecerão em todas as partes do céu, apenas parecendo vir da direção da Constelação, conforme mostrado na imagem abaixo.
Para quem gosta de observar meteoros e não está muito ao sul do país, essa pode ser uma boa oportunidade. Basta se programar e torcer para o tempo colaborar, para poder contemplar uma das melhores chuvas de meteoros do ano.