Reentrada da Tiangong-1
A Tiangong-1, a estação espacial chinesa, reentrou na atmosfera nesse dia 1° de abril às 21:16 (horário de Brasília), no Oceano Pacífico Sul. A reentrada ocorreu dois anos depois dela sofrer uma falha de energia em 2016, marcando o início de uma descida lenta em direção a sua desintegração na atmosfera.
A BRAMON acompanhou de perto a Tiangong-1 em seus últimos dias em órbita da Terra, disponibilizando nessa página todas as informações e estatísticas a respeito da sua reentrada.
Mais detalhes: Saiba tudo a respeito da Tiangong-1 e seu processo de reentrada.
Tiangong-1?
A Tiangong-1 (termo em chinês para “Palácio Celestial”) era uma estação espacial em órbita da Terra. Foi lançada pelos chineses em setembro de 2011 como o primeiro módulo da estação espacial do país, servindo como um passo para uma grande estação modular, com recursos permanentes no futuro. Ela media 10,4 metros de comprimento x 3,35 de diâmetro e, contando com seus painéis solares, tinha uma envergadura de 17 metros. Sua massa total inicial era de 8506 Kg e, drenado o combustível, deve ter reentrado com uma massa em torno de 7500 Kg.
Mais dados:
Designação internacional: 2011-053A
Número NORAD: 37820
Lançamento : 29 de setembro de 2011, às 13:16 UTC
Reentrada: 02 de abril de 2018, às 00:16 UTC
Local de lançamento: Centro de Lançamento de Jiuquan, China
Duração da Missão Planejada: 2 anos (alcançou ~4,5 anos)
Previsões de reentrada
É atualmente impossível calcular a hora e o local exatos de uma reentrada descontrolada. Mas existem softwares de modelagem que permitem calcular o horário aproximado e uma determinada margem de erro. Diversas agências, sites especializados e profissionais independentes trabalharam para tentar estimar esses dados com a maior precisão possível. Acompanhamos durante esse processo, o site Satflare.com que exibia os cálculos realizados pelo Joseph Remis. Sua última predição foi para às 02/04/2018 00:43 (UTC), no Atlântico Sul, apenas alguns minutos após passar pela costa brasileira.
Entretanto, a previsão mais acertada foi a do site brasileiro satview.org, que previu a reentrada para às 00:25 UTC, apenas 9 minutos após a reentrada de fato e 12 minutos antes da passagem pela costa brasileira.
Passagem pela costa brasileira que não aconteceu
Risco de queda em solo brasileiro:
Havíamos calculado inicialmente um risco de 2,28% de que a estação espacial chinesa caísse sobre o Brasil. O cálculo foi feito a partir da área ocupada pelo país em relação à área total onde ela poderia cair. Com a aproximação da reentrada, pudemos isolar as passagens sobre o Brasil e calcular o risco por estado e o risco total de queda em solo brasileiro. Essas estatísticas variaram conforme as novas previsões iam sendo divulgadas até que na manhã do dia 1°, as previsões já apontavam que o Brasil estava fora da área de impacto de possíveis detritos. Abaixo, a variação de risco para cada estatística divulgada.
O FIM
De acordo com nota oficial divulgada pelo Comando Estratégico dos Estados Unidos, a Tiangong-1 reentrou a atmosfera sobre o Oceano Pacífico Sul, nesse domingo, às 21:16 horário de Brasília.
A reentrada ocorreu 20 minutos antes de cruzar a América do Sul, onde poderia ser vista a partir do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Mas por sorte, ocorreu sobre o Oceano, sem oferecer risco à população em terra.
O Comando Estratégico Norte Americano controla uma série de satélites que permitem detectar em órbita a chamada “assinatura térmica da reentrada” que nada mais é do que a alteração na temperatura de um ponto específico da alta atmosfera provocada por uma reentrada de satélite ou lixo espacial. E em sua nota oficial, informaram terem rastreado a reentrada, ou seja, detectaram a assinatura térmica dos momentos finais da Tiangong-1.
Registros da Tiangong-1
Passagem da estação Tiangong-1 sobre Tahlequah / Oklahoma 31/03/2018 – Créditos: Thomas Dorman
Último registro da Tiangong-1 sobre o Brasil – Torres, RS, 23/03/2018 – Créditos: Gabriel Zaparolli / BRAMON
Passagem sobre Brasília da Tiangong-1 com Shenzhou-90 acoplada – 23/06/2012 – Créditos: Carlos Bella