Já está disponível online o artigo publicado que descreve a descoberta de mais duas chuvas de meteoros de baixa intensidade do Hemisfério Sul que foram descobertas pela BRAMON. As novas chuvas se chamam 17 Capricornídeas (número 1042, código SCP) e ômega Sagitariídeas (número 1043, código OSG), e se juntam às chuvas épsilon Gruídeas e Caelídeas de Agosto como as quatro chuvas descobertas pela BRAMON cujos meteoros foram exclusivamente ou quase exclusivamente detectados por estações da rede.
A descoberta das chuvas se deu graças a um trabalho intenso e robusto de análise de dados para se garantir a associação entre os próprios meteoros e deles com seu corpo de origem (o chamado corpo parental). Esse trabalho começou através da busca por asteroides NEO, cuja órbita os trazem próximos ao planeta Terra e que, durante sua viagem, poderiam deixar um tênue rastro de detritos e poeira no caminho. No Brasil, a busca por esses corpos é feita por entidades como o observatório SONEAR.
Durante a análise de vários asteroides descobertos pelo SONEAR, dois deles apresentaram orbitas compatíveis com as órbitas de dois grupos distintos de meteoros que apareciam sempre na mesma época no céu. Esses dois grupos de meteoros coincidiam exatamente com a época de máxima aproximação do nosso planeta com a órbita de cada um desses asteroides. Assim, através de ferramentas de comparação de similaridade, foi possível comprovar que cada grupo de meteoros vinha de um dos referidos asteroides. Desta forma, o asteroide 2019 OK foi identificado como corpo parental da chuva SCP e o asteroide 2017 NT5 como corpo parental da chuva OSG.
Como dito, as chuvas são de intensidade muito baixa, sendo que o pico registrado pela BRAMON da chuva SCP foram 6 meteoros em 2016 e a da chuva OSG foram 8 meteoros em 2017. Coincidentemente ambas as chuvas estão ativas principalmente em Julho e começo de Agosto, sendo que seus radiantes (local de onde os meteoros parecem se originar) se encontram nas constelações de Capricórnio e Sagitário, respectivamente.
A descrição completa das chuvas e de suas descobertas já se encontra online no site da revista Meteor News e também estará na próxima edição da revista, publicação científica da focada em publicações da área de meteoros e assuntos correlatos, voltada para trabalhos de redes de monitoramento em todo mundo. Apesar de não indexada, trata-se de publicação respeitada da área que consta no NASA/ADS (Astrophysics Data System), banco de dados disponibilizado pela NASA para bibliografia especializada nas áreas de astronomia e astrofísica.